A
epístola aos gálatas é uma das mais fortes das cartas do apóstolo
Paulo, mostrando sua preocupação com as tendências doutrinárias naquela
região e seu desejo de resgatar os cristãos sujeitos ao engano de falsos
mestres.
O livro de Gálatas foi
uma das primeiras epístolas de Paulo, escrito aproximadamente 50 d.C. O
assunto principal abordado nesta carta é o problema dos judaizantes, a
questão doutrinária que mais atrapalhou a igreja do Senhor nas primeiras
décadas do trabalho apostólico. Os judaizantes, também chamado “os da
circuncisão” (Gálatas 2:12), acreditavam em Jesus Cristo, mas distorciam
a mensagem do evangelho. Ensinavam a necessidade de guardar alguns
aspectos da Lei do Antigo Testamento, mesmo após o sacrifício de Jesus
na cruz, para receber a salvação. Este ensinamento contrariava a ênfase
do evangelho na salvação pela graça, exigindo obras de mérito como parte
da base da salvação (Gálatas 2:21; 5:4).
Paulo
foi muito forte na sua resposta aos judaizantes e nos seus avisos às
pessoas por eles influenciadas. Na maioria das suas cartas, Paulo fez
introduções longas que incluíam comentários e orações sobre os
destinatários, mas, nesta carta, ele foi diretamente ao assunto:
“Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na
graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, senão que há
alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo” (Gálatas
1:6-7). Sua refutação deste evangelho pervertido continua até o
capítulo 5 do livro. A última parte da carta oferece uma série de
orientações práticas para guiar os cristãos no seu serviço ao Senhor.
Os capítulos do livro de Gálatas apresentam estes argumentos e instruções de Paulo:
Capítulos 1 e 2
defendem a fonte da mensagem pregada por Paulo. Ele não queria deixar
margem para alguém desacreditar o evangelho sugerindo que ele aprendeu
dos outros apóstolos e modificou a mensagem. Por isso, ele contou a
história da sua conversão e dos primeiros anos de sua vida cristã,
enfatizando o fato de ter recebido sua mensagem diretamente do Senhor: “Faço-vos,
porém, saber, irmãos, que o evangelho por mim anunciado não é segundo o
homem, porque eu não o recebi, nem o aprendi de homem algum, mas
mediante revelação de Jesus Cristo” (Gálatas 1:11-12).
Capítulos 3 e 4
apresentam argumentos fortes para mostrar o contraste entre a Lei e a
fé. Paulo defende a doutrina de que a Lei nunca salvou ninguém, embora
tenha servido uma função importante de mostrar o problema do pecado. A
salvação, porém, vem pela fé em Cristo Jesus. Não é por obras da Lei, e
sim pela fé, que somos batizados para entrar em comunhão com Jesus e
herdar a promessa da salvação (Gálatas 3:26-29).
Capítulo 5
chega às conclusões doutrinárias e práticas deste ensinamento. Qualquer
tentativa de se justificar pela Lei significa rejeição da graça de
Jesus (Gálatas 5:4). Pela fé, o servo do Senhor se torna livre da
condenação da Lei, e também se livra das obras da carne para andar
conforme à palavra revelada pelo Espírito Santo na nova aliança. Este
ponto é bem explicado por meio de duas listas bem distintas: as obras da
carne em contraste com o fruto do Espírito (Gálatas 5:19-25).
Capítulo 6
oferece orientações práticas sobre a vida dos fiéis. Ele fala da
maneira de ajudar um ao outro na batalha contra o pecado e de como
encorajar e apoiar os irmãos na fé.
Esta
carta inclui um dos trechos mais desafiantes do Novo Testamento,
frisando em poucas palavras a importância da nossa transformação total
de matar o velho homem do pecado e deixar Jesus tomar controle total das
nossas vidas: “Estou crucificado com
Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse
viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me
amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gálatas 2:19-20).
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